Lançamento de O boi careta
No dia 02 de junho de 2020, no foyer da Galeria Conviv’ Art/NAC, da UFRN, aconteceu o lançamento do livro de contos de Newton Navarro intitulado “O boi careta e a morte do cavalo baio” organizado por Paulo de Tarso Correia de Melo e Gustavo Sobral. Na ocasião, Gustavo Sobral pronunciou as palavras que seguem. Na imagem: Sobral, o professor Paulo de Tarso e o reitor da UFRN João Daniel Diniz Melo.
Saudade de Newton Navarro
O poeta Paulo de Tarso Correia de Melo disse-nos: Newton Navarro é uma saudade. Foi por meio e pela obra de Navarro que conheci Paulo. Conheci Paulo quando me dedicava à aventura, na companhia de Angela Almeida e Helton Rubiano, de descobrir quem foi Navarro para os amigos, artistas e estudiosos. Aventura que resultou em um trabalho com um título, que não outro, que este “saudade de Navarro” que Paulo nos deu.
Este encontro com a obra escrita de Navarro nos lançou a uma série de outros trabalhos do autor que a editora da UFRN consagrou em 2013. Cito-os: “O solitário vento do verão”; “Saudade de Newton Navarro”; “Sete poemas quase inéditos & outras crônicas não selecionadas”. E que agora completamos com o “O boi careta e a morte do cavalo baio”.
“O boi careta”, com sete contos do autor, foi confiado a Paulo pelas mãos de Jurandyr Navarro. Paulo sugeriu o título, porque título não havia. E saiu ao sabor dos praticados por Navarro. Acrescentamos uma nota prévia e um pós-escrito, contando quem é o autor e qual a obra. Navarro foi desenhista, pintor, orador, poeta, cronista, contista. Uma personalidade poética, criativa, talentosa, boêmia, que surgiu na cena da cidade e fez uma obra literária e plástica das cenas urbanas, da gente, do rio, e se espraio pelo mar e o sertão.
Lygia Fagundes Telles escreveu que há no Brasil três espécies em extinção: a árvore, o índio e o escritor. Em um Estado carente de editoras, livrarias, revistas e jornais literários, crítica e resenha, a editora é uma salvação e, nos seus 60 anos, com mais este ato, demonstra o quão está também comprometida em publicar os nossos consagrados na sua linha artístico-cultural.
E o que aprendi mais com tudo isso é que o livro é resultado de uma união. A que existe para transformar textos em livros. E que começou pelas mãos de Jurandyr, passaram pelas de Paulo e as minhas, andaram pelas de Helton e por todos aqueles que competentemente fizeram e fazem a editora. E tudo não é feito senão para o leitor possa ter, como agora tem, em mãos, os contos até então inéditos de Newton Navarro.