Revista Galo 12

A 12ª edição da Revista Galo (Ano 6, n. 12 | jul./dez. 2025) já está disponível para leitura e download gratuito em www.revistagalo.com.br.

Publicada pela Editora Biblioteca Ocidente, de Francisco Issac Dantas, a revista é periódico científico semestral dedicado a divulgar pesquisas e reflexões sobre arte, cultura e sociedade.

O dossiê Olhares, abordagens e estudos sobre o Sertão é organizado por Juliana Bulhões, Gustavo Sobral e Octávio Santiago, pesquisadores reconhecidos por sua atuação nas áreas de cultura e humanidades.  Confira o editorial da Revista na íntegra:

 

Editorial

O sertão é, já foi e será um tanto de coisas. Território, pois já foi indefinido, e quando definido, foi pelo que não era. Sertão já foi tudo que não era litoral. Associado à distância, lonjura, à seca, à criação de gado, a um modo de vida que uns caracterizaram como uma civilização, no tempo em que a História tinha essa pegada de estudar civilizações.

Sertão também já foi algo e tudo isso que já foi e parece que continua sendo, uma ideia de ser, o ser tão, e todo um imaginário foi criado em seu entorno, e não nos referimos apenas à literatura de Guimarães Rosa, pois cada escritor teve um seu, de Euclides da Cunha a Raquel de Queiroz, aos que vão chegando. Sertão é, foi e sempre será uma espécie de lugar-ideia.

Parte destes sertões é também o que se apresenta aqui na Galo. Uma revista que desbrava e vaqueja sempre temas e ideias, tirando-as também do lugar, pois seus articulistas vão sempre mostrando que não existe um só caminho, mas muitas veredas, em torno de um tema. Pesquisar vira uma coisa do vaqueiro, de tanger, aboiar, ajuntar, reunir informações, é pensar, problematizar, conceituar, buscar vestígios.

Tudo com uma precisão parece que parecida com a dos rastejadores de abelha, e sobre eles escreveu Oswaldo Lamartine, escritor potiguar, que dona Rachel de Queiroz empossou como sertanólogo. Falar de sertão é falar, portanto, de um tanto de coisas, como no artigo sobre os passos dos naturalistas bávaros Johann Baptist von Spix e Carl Friedrich Philipp von Martius.

Também pode ser estudar os “cabras” na Freguesia do Seridó, a partir dos casamentos e formações de parentelas que aconteciam entre os séculos XVIII e XIX. É também refletir sobre as atribuições de cor e raça das crianças da sertaneja cidade de Floresta, em Pernambuco. É enfrentar a danada da Moça Caetana na Pedra do Reino, romance do grande Ariano Suassuna, para entender a mentalidade medieval na representação do morrer. E que lindo isso!

É viajar pelos sertões de José de Alencar; é também conhecer as grandes pedras em disputa no Brasil Colônia pelos diamantes de Nova Lorena Diamantina; como também é adentrar nas correlações entre jornalismo e política no Rio Grande do Norte, no século XIX, e acompanhar toda a configuração de um tempo.

É nesta toada, defronte este espaço tido por insólito e plural, indefinível, que encontramos em facetas, outras faces de um sertão único e singular, mas que é tantos quantos são os Severinos, que podem até ser iguais e até mesmo diferentes em tudo, até na sina.

 

A revista pode ser baixada gratuitamente em formato PDF no link direto: revistagalo.com.br/edições/edição-012/galo-ed12.pdf

 

 

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Gustavo Sobral

Sobre o autor: Gustavo Sobral

Gustavo Sobral é jornalista e escritor, tudo que escreve, rabisca e publica está disponível no seu site pessoal gustavosobral.com.br