Revista Galo 7
Chega à sétima edição a Revista Galo. Aos que não conhecem, trata-se da revista de história da Editora Biblioteca do Ocidente, um projeto invejável do bibliófilo norte-rio-grandense Francisco Issac. Inteiramente online e acessível de forma gratuita, a revista começou a ser publicada em 2020 e, agora, em 2023, lança mais um número, o sétimo, desta feita dedicada às modernidades de um Brasil colônia.
A Galo, uma inspiração no galo que é símbolo e nome de guerra da Igreja Santo Antônio em Natal/RN, se firma como uma revista de história plural, uma obra aberta, porque embora siga o cânone tradicionalíssimo das revistas que publicam artigos acadêmicos, se propõe também a fugir da regra ao ampliar seu escopo ao adotar uma seção para prosa e poesia. E ganhamos todos nós com isso.
Nesta edição, participo com uma encomenda do editor, um rabisco sobre a Igreja do Galo, a qual emendei com uma outra proposta, aceita e validada, trazendo um retrato também em rabisco e texto corrido, mínimo, quase inútil, sobre o mangue este universo que a literatura local esqueceu como tema.
E não é só, e talvez haja ortodoxos a torcer narizes, a Galo promove o feito de, sendo uma revista de história, se propor a integrar autores de outras áreas, como este que aqui escreve e colaborou também nesta edição, experimentando uma cronologia ilustrada, em companhia de pesquisa e escrita com o advogado André Felipe Pignataro, do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, o IHGRN, sobre uma figura interessantíssima da cidade do Natal, pouco sabida, muito menos falada, Barôncio Guerra.
Plural, portanto, é mais das vertentes de sucesso da Galo que merece o melhor leitor para quem a revista serve. Rolemos a tela, baixo a cima, voltemos mais. Neste passeio, não pela ordem do sumário que, aliás, aos apressados, já aqui está para consulta e leitura sem demora: Revista Galo 7.
Cheguemos às modernidades que abrem a revista. O artigo de Francisco Issac Dantas é um estudo bem-acabado sob um novo prisma da figura do capitão-mor. A narrativa que nos conduz, o prisma que nos trouxe o autor para vermos os capitães-mores, interessante, atual. O começo do artigo traz um explicativo da pesquisa também é digno de nota. E o apanhado de imagens ao final também, digamos, ao meu ver, traz um aspecto novo para também pensar o tema.
Cito mais, num passeio aleatório pelo sumário. O estudo sobre o sertão e o cinema, uma contribuição para pensarmos que sertão é este fílmico. O artigo flui. Assim também como o pertinente olhar sobre o museu, a coleção holandesa do Instituto Ricardo Brennand, no Recife/PE, abarcado nas melhores referências contemporâneas e uma rica contribuição ao debate. E o mais se não digo é que a cada leitor cabe a tarefa do seu percurso.
De maneira que a Galo é realmente uma revista digna de nota, diversa, atual, bem urdida, das coisas boas que circulam. Era o que mais tinha a dizer, reforçando meus agradecimentos, ao editor e ao conselho, por participar da edição. Para saber mais da Galo, recomendo, acessar ao site da Revista Galo.
Corra!