Zila Mamede se viva fosse provavelmente vibraria. Zila Mamede poeta azul, poeta das poetas, bibliotecária e também jornalista. Zila Mamede em  toda sua poesia, nos seis volumes que formam uma coleção, a Coleção “Zila, Toda Poesia”, publicada agora em 2023, é a mais nova aposta da editora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, a Edufrn.

A coordenação é competência de Helton Rubiano, também editor da Edufrn, que arrisca esta nova coleção, esbanjando o talento e expertise da editora, repetindo o sucesso da coleção recém-lançada com parte da obra do sertanista Oswaldo Lamartine de Faria. Isso para não falar de outros títulos recentes, e outros que já completam década, como a coleção Navarro.

Só que “Zila, Toda Poesia” vem com um diferencial e este diferencial são as capas a partir das obras de arte tecidas por Angela Almeida, pesquisadora, curadora, artista, fotógrafa, e de quebra os livros chegam aos leitores em versão impressa e digital e se fazem acompanhar de uma exposição de autoria de Almeida, “Zila, em linhas” na biblioteca da UFRN, a central, que leva o nome da poeta.

Se Helton Rubiano vem desenhando o cenário editorial com iniciativas como esta e comandando trabalhos de vulto como a coleção da obra de Oswaldo Lamartine e agora Zila Mamede, Angela Almeida vem surpreendendo com a sua vocação para desenhar livros autorais. Exemplos não faltam.

Tem “Sertão, Seridó, Sentidos”, de Elza Bezerra; tem “Pedro Coelho” de Eulália Barros e tem “Moura Rabello” de Isaura Rosado. Isso só para citar três e, de catálogos, exposições e desenhos para capas de livros de autoria de Angela Almeida, nem falo.

E se falo, cito o seu festejado livro (que também virou exposição) sobre o fotógrafo José Ezelino da Costa, referendando na “Enciclopédia Negra” e recomendado pelo Instituto Moreira Sales; e a exposição em celebração aos cem anos da Semana de Arte Moderna, em 2022, com Selma Bezerra e curadoria de Manoel Onofre Jr.

Precisa dizer mais?

Helton Rubiano e Angela Almeida vêm assim marcando o cenário editorial com uma produção notável e as publicações são a prova que não necessita de explicação, basta olhar, folhear, e ler para provar. Unem toda a excelência quando o assunto é produção de livro a um olhar renovado. É o que de diferente e melhor se tem produzido em edição de livros em Natal na atualidade. Só bobo não vê.

É preciso registrar, por último, mas não menos importante, que a Coleção é também a soma, em sua confecção, de outros nomes dignos de nota. O designer gráfico Rafael Campos, que também é uma assinatura quando o assunto são os livros; orelhas de ninguém menos do que a poeta Marize Castro; e uma linha do tempo, “Tempo de Zila”, competência da bibliotecária Tércia Marques. E nada mais é preciso que se diga.

Para fim de conversa, acesse o repositório da UFRN, baixe os livros e se deleite!

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