Ducal Palace Hotel
Texto Gustavo Sobral, ilustração Arthur Seabra
Espiralado, ergue-se no céu da Cidade Alta, rua João Pessoa, 634, esquina da Avenida Rio Branco, Natal/RN. Como uma torre, sobe com o vento e para as nuvens, numa invenção de uma cidade elevada, quando era ainda vocacionada para ser plana e deitada como as dunas sobre o planalto sonolento. A cidade assume uma vocação vertical.
Esguio e reto, o Ducal não possui o pendor da torre de Pisa, revestido sem os vitrais, concreto e aço da torre Agbar, e quem sabe deste antepassado e certo que daquela irmanado, pela solidez das alturas e forma totalmente cilíndrica.
Ducal Palace Hotel foi inaugurado em 1976 com quatro estrelas e dezoito andares para ser o hotel máximo da capital que crescia desde os sopros da Segunda Grande Guerra. Tornava-se o desenho concreto da cidade sempre nova por varrer os vestígios do passado e ser sempre cidade do presente.
Sua história combina com o seu atual esvaziamento de não ser mais casa de hóspedes, mas espaço para outros usos, numa constante, distando muito da função com a qual, com garbo, requinte e hospitalidade, recebeu na cidade os seus visitantes. A ideia original foi de Alcides Araújo e seus sócios libaneses, que lograram ao edifício seu primeiro nome, Monte Líbano.
A construção, tijolo por tijolo, foi se elevando de 1971, quando é lançada a primeira pedra fundamental. Enfrentou mudanças de dono, ainda em plena construção em 1974, quando adquire a propriedade a União das Empresas Brasileiras e que lhe dá o nome e a forma de Ducal Palace Hotel.
A inauguração resta na memória da cidade, até perder o palace, o Ducal, e permanecer hotel da rede carioca Luxor, batizado Luxor Hotel. Minguou à falta de hospedes, esvaziando-se a torre que, do seu alto, ainda observa a cidade, que sobe ao seu redor.