Uma visita ao Memorial do Legislativo Potiguar, em fevereiro de 2025, na companhia de Octávio Santiago

A casa é um charme. Antiga, patrimônio histórico. Destas com uma charmosa sacada lateral e janelões amplos abertos para a rua. Estava, coitada, abandonada, abandonada. Até que certo dia, parece até passe de mágica, virou memorial.

Foi a casa de Tavares de Lyra e dona Sofia, hoje, restaurada, é o nosso memorial do legislativo. Uma beleza, porque conta a história por uma via incomum e inovadora. A curadoria supimpa é do jornalista Octávio Santiago que por onde passa e em tudo que faz deixa a sua assinatura inventiva, múltipla e original.

Fui muito bem recebido por ele e todos que fazem o memorial. Estive lá e espiei. E me encantei: há toda uma proposta de passeio pelo papel que desempenha o legislativo na vida do povo e na formação política do que conhecemos hoje por democracia.

E há um belo acervo de coisas mil, com as mulheres potiguares representadas pelo cordel, tapeçaria rara de Dorian Gray Caldas, uma relíquia; máquinas de votar; o povo e os legisladores retratados, os autores e os livros que escreveram tudo isso. QR-Codes informam mais.

Lá para as tantas se ouve o apito do trem, e já nem sabemos, galgando palmo a palmo dos amplos salões, em que tempo estamos, pois nas janelas, de um lado, passa gente de outros séculos; do outro, sobe um ônibus e o Câmara Cascudo do muro em frente nos mira.

Lá, dentro e fora dialogam para narrar todos os tempos de uma instituição local, a Assembleia Legislativa, que nasceu com o Padre Guerra nos idos de 1835, e está tudo ali para quem quiser ver em objetos, narrativas, mobiliário, obras de arte e o acolhimento de quem faz o memorial.

O mais é sugerir: visite, propague e consagre. É museu moderno que tanto aqui precisamos e que teve uma feliz curadoria que soube reunir, apresentar e expor a memória legislativa potiguar.