Encontro uma história a ser contada, que resultou no ensaio publicado na revista da Academia Norte-rio-grandense de Letras “Zila Mamede e José Mindlin, breve relato da correspondência e de amizades (e como se prepararam os originais da bibliografia de João Cabral de Melo Neto)” e uma declaração por escrito de Mindlin que abre aquele apanhado de cartas, bilhetes, fotografias:

Guardo de Zila Mamede uma lembrança muito afetuosa e um sentimento de grande admiração por sua pessoa e obra.

O que ela publicou, de “Rosa de Pedra” e “Navegos”, já a tinha consagrado como umas das poetas que alcançaram um lugar de destaque na literatura brasileira e ainda muito se esperava de seu talento e de seu domínio e linguagem poética, não fosse a sua morte prematura – uma dessas inexplicáveis injustiças da sorte.

Diante do irremediável, é importante que sua obra seja cada vez mais estudada e divulgada – será uma fonte de prazer para os amantes da Poesia, e uma forma de aprendizado para aqueles, das novas e futuras gerações, que se aventurem a penetrar no mundo difícil, delicado e misterioso de sua arte.

José Mindlin

26 de setembro de 2003