A Casa de Badia
O resultado de subir ao palco é uma emoção indescritível
Estive na Casa de Badia. Como em um conto das 1001 noites, a milésima segunda estaria para ser contada: a história de Badia Massabni e de suas dançarinas, e nos palcos. Duas sessões, casa lotada, o Teatro de Cultura Popular em palmas ao ritmo da música Árabe, em uma viagem ao Oriente perdido, à origem da dança do ventre e a biografia de Badia. Badia Massabni reinventou a dança na sua movimentada casa de espetáculos no Cairo, Egito. Nascida na Síria, sua vida foi uma conturbada aventura em que a dança não foi apenas um negócio, mas a razão de sua vida. Inventiva, ousada, mostrou que a dança é o caminho da liberdade, da beleza dos movimentos, sonho e encantamento. O show vai começar. Um cenário de Casablanca, três homens, uma mesa, o ambiente festivo da casa e todo o poder transformador da dança. O palco vibrava. A plateia, aplaudia. Alvoroço nos camarins, é que por trás dos palcos, há uma outra cena. Cada entrada, uma surpresa, figurino impecável, passos perfeitos, sorrisos, a luz do teatro. Coragem!, tudo vai dar certo, é o que se sussurra nas coxias. Teatro é solidariedade. Produção e apoio são vitais, não há espetáculo sem a soma de suas partes: roteiro, direção, coreografia, figurino, cenografia, som, música, luz, bilheteria, fotografia, e tudo pode acontecer: um grampo que se precisa, um botão que cai. Na plateia, o público sonha, longe no tempo. No escurinho do teatro, sai de si, viaja no encanto e na beleza. Tudo é mágico e quando se vê já são os aplausos, os agradecimentos, os abraços e as flores. Tudo saiu perfeito. Sonho de mil e uma noites. Dança é celebração. Créditos: Agradeço a Cia Nawar pelo convite para participar do espetáculo, ser figurante foi um presente, experiência indescritível, obrigado!, parabenizo a todas as bailarinas no nome de Lígia Moura e recomendo a leitura da entrevista com a diretora e bailarina da companhia, Joelma Azevedo.