As Memórias Alheias
Iaperi Araujo, da Academia Norte-riograndense de Letras
Li de uma vez só, encantado tanto com as estórias da vida quanto a linguagem absolutamente fiel às narrativas mas, principalmente, pelo valor que suas estórias concedem ao cotidiano comum das pessoas.
A arte do conto é muitas vezes confundida com narrativas com começo, meio e fim. Dalton Trevisan, o “Vampiro de Curitiba”, superou-se com seus fragmentos da vida curitibana e, por isso, é um notável contista brasileiro.
A concisão, o fragmento isolado do contexto, foi de encontro a outros contistas que sempre procuravam criar estórias com começo, meio e fim, dando nome e sobrenome às pessoas e com um motivo principal. Conto é mais que isso. Da forma como você escreve, o leitor participa pois é lhe dado um fragmento de uma estória comum, dessas que a gente convive no dia a dia.
Da mesma forma, o texto que você domina, concede não somente um roteiro narrativo, mas permite ao leitor interagir com o ambiente e os personagens. Fico feliz com isso.
Você é um sopro novo na nossa literatura. Sempre admirei sua constância e sua luta pela cultura e fiquei vivamente impressionado pelas suas “Memórias alheias”, tanto que me inspirou a dar continuidade ao meu “Velhos testamentos” que havia começado, mas deixei de lado. Parabéns e obrigado pela sua tão nobre e valorosa cultura.
Leia o livro aqui: As memórias alheias.