As relíquias do sertão

Uma lenda? Uma aventura? Uma fábula? Imaginação, criação, tempos, espaços e gente que a gente se espanta de felicidade por quem sabe reconhecer.

Faz lembrar um pescador Neuso que conheci a bondade e uma avó que conheço a alegria. Uma casa e uma fazenda que é o tempo e fica na lembrança pura fantasia. Tanta gente, tanta vida.

Mágico, encantador. É a prosa de Fifo Nepomuceno em um romance (ou será novela? Ou será um cordel diferente?) “As relíquias do sertão: o gibão do tempo” (2022) que é a história de uma menina, Tila. Uma Alice nas maravilhas das descobertas em sertão e mar.

O texto é de cinema: cenas, cenários, closes, cortes, diálogos, tensão, enredo, curiosidade. O leitor fica a todo tempo: e agora? A história vai se desenrolando. É pura emoção e ação.

O autor, Fifo, bebe na esteira da tradição, mas faz a sua história e escrita a sua maneira e muito própria. Passeia de gibão na memória e na invenção.

Um realismo mágico que é puro deleite com gosto de suco de umbu-cajá e parece que o fim é só começo, pois desse contador parece que há de sair sempre mais uma relíquia de um sertão inventado que habita o seu coração.

A arte da capa é de Ariel Guerra, uma beleza, e o design do livro deixa tudo leve, bom de ler.

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Gustavo Sobral

Sobre o autor: Gustavo Sobral

Gustavo Sobral é jornalista e escritor, tudo que escreve, rabisca e publica está disponível no seu site pessoal gustavosobral.com.br