Carlos Santos e a política do bom humor
“Só rindo 2” de Carlos Santos, uma publicação Sarau das Letras, 2011, 200p.
É o autor quem nomeia. O seu tratado do riso é do gênero que ele mesmo traçou: o folclore político. E já aí a astúcia de Carlos Santos, o autor, começa inventiva e invencível. Na ficha está fixada a boa companhia que fez das 160 histórias selecionadas, livro.
Na editoria, Herzog e Sarau das Letras, obra prima do autor, Clauder Arcanjo e David Leite. A ilustração é assinatura ímpar de Túlio Ratto. Apresentação de Milton Marques e prefácio de Honório de Medeiros. Time mais que completo. O projeto gráfico acompanha o livro numa proposta fluida para leitura, fonte legível, margens generosas nas páginas. A leitura flui.
Autodidata autointitulado forçado e apaixonado, cultuador da amizade, leal e solidaria, Carlos Santos fez de acontecimentos, livro. Livro que se faz por personagens e histórias concretas que Carlos Santos sabe narrar, transformando aquilo que circula nas conversas em matéria escrita e perene. Há políticos e empresários, poetas, entre os nomes, Theodorico Bezerra, Onésimo Maia, Aluízio Alves, dona Sergilda, Dinarte Mariz, tantos, e quantos e todos se irmanam nos acontecimentos da verve, da vida. Haja história.
O livro é um trabalho de ourives a recolher e registrar pérolas. Você lê, relê, vai, volta, ao bel-prazer. Sobre Carlos Santos, Honório de Medeiros é taxativo: é um outsider. E muito mais que repórter. Sobre o livro, Milton Marques lança: é verve e bom humor no mundo político. E o blog Carlos Santos está aí até hoje para mostrar: jornalismo com opinião, lido, comentado, propagado. Carlos Santos continua e permanece uma voz plural que acompanha e conta a cena política no seu opaco, preto e branco e colorido. Certo de que, como numa epigrafe, aponta: tudo passa.